quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Cidadania europeia/italiana


Olá!!

Ando sumida por aqui, mas voltei... mais animada ainda. Várias pautas haha

Mas por agora começo com um extra que pode fazer toda a diferença no planejamento de um grande intercâmbio: a cidadania europeia/italiana.

Bom, para quem não sabe, sou ítalo-brasileira – assim como milhões de brasileiros descendentes dos imigrantes italianos que chegaram no Brasil entre 1860 e 1970. Porém essa minha situação foi reconhecida burocraticamente no ano passado (2017).
Devido a crise no Brasil, o número de processos de reconhecimento da cidadania italiana tem crescido muuuuito, com a expectativa de milhares de pessoas pela nova vida em um país europeu. 

Por que isso? Explico...

Como tenho mostrado nos meus posts anteriores, a ida para a Irlanda envolveu uma série de documentos, leis a serem seguidas, prazos, enfim... muita burocracia para limitar certas atividades e o tempo no país. Isso acontece com qualquer país para o qual formos visitar dentro da Europa, e muitos em outros continentes também. A diferença está na lei de cada uma delas, que exige coisas diferentes, prazos diferentes, documentos diferentes, enfim necessita uma pesquisa individual para cada um deles. Mas o ponto aqui é a cidadania italiana. A pessoa que possui a cidadania italiana vive em uma perspectiva totalmente diferente de um imigrante brasileiro. A Itália, como um dos 27 países da União Europeia, confere a seus cidadãos passe livre em todo o espaço europeu. Ou seja, a pessoa é reconhecida como cidadão europeu, com os mesmo direitos e deveres que qualquer um deles:
  • Transito livre entre os países sem necessidade de qualquer tipo de visto, e com maior rapidez no check-in alfandegário (possui fila diferenciada que em muitos casos apenas tem reconhecimento automático do passaporte, liberando a entrada em seguida sem sequer falar com alguém);
  •  Residir na Itália ou qualquer país da Europa pelo tempo que quiser;
  •  Mesma direitos que qualquer europeu para comprar casa, votar, auxilio-desemprego, contas bancárias, emprego, negócios, etc;
  •  Acesso facilitado as universidades, que pode custar até três vezes menos para um europeu do que para um brasileiro, e usufruir de bolsas oferecidas especificamente a cidadãos italianos;
  •  Até para os Estados Unidos, que mantém relações estreitas com a União Européia, não é exigido o visto de entrada comum aos brasileiros, que é feito através de entrevista. Os italianos utilizam o ESTA, que é um formulário eletrônico que deve ser preenchido e enviado para aprovação, dando então a permissão de turismo por 90 dias no país. Outra vantagem é em questão a possibilidade do visto de residência no país. Brasileiros também podem conseguir a residência como investidor nos EUA, porém o valor mínimo desse investimento deve ser de 500 mil dólares. Para italianos esse valor mínimo cai para 100 mil dólares.


Enfim, são inúmeras as vantagens, seja na Europa, nos Estados Unidos, ou em outros países como o Japão, que também facilita a entrada de europeus. Até no Brasil existe vantagem, pois pode ser um diferencial no currículo, uma vez que pessoas com experiência em viagens e assuntos internacionais transmitem conhecimento e cultura.

Colocado as vantagens, conto um pouco de como começou essa história para mim.
Eu sempre ouvi dizer que meu bisavô tinha vindo da Itália. Mas para mim era só isso; não havia tido maiores informações, e muito menos sabia que esse tipo de coisa poderia ser reconhecida em documentos. Porém quando iniciei as minhas pesquisas burocráticas para entrar na Irlanda comecei encontrar as informações dessas vantagens de cidadão europeu/italiano, e que tinham brasileiros que possuíam esse direito. Foi quando pesquisei mais do que se tratava e descobri todas essas vantagens citadas acima. Então confirmei com minha mãe se era isso meu mesmo: meu bisavô era italiano. Confirmado isso fui entender como era esse processo de reconhecimento. Muitos detalhes, muita burocracia e muito tempo e dinheiro. Sabia que para a minha viagem que já estava toda programada não daria tempo, mas comecei com o que estava ao meu alcance para ver se mais pra frente seria possível.
Comecei estudar detalhadamente como o processo funcionava. Praticamente decorei mesmo.

Hoje falo tudo que sei para quem me pede ajuda, assim como vou contar aqui mais detalhadamente nos próximos posts.

Com tudo muito bem estudado comecei colocar em prática: a procura de cada documento.
Explico. A BASE de todo o processo é juntar toda documentação (certidões de nascimento, casamento e óbito) de cada pessoa da sua árvore genealógica que te ligam ao italiano nato. No meu caso é: EU > MINHA MÃE > PAI DA MINHA MÃE > MEU BISAVÔ ITALIANO.

Precisei emitir todas essas certidões - de cada um - em inteiro teor, fazer tradução para o italiano por tradutor juramentado, e apostilar (um tipo de legalização que se faz para o documento ter validade fora do país) tanto os originais quanto as traduções.

Possuem alguns outros documentos que precisam ser emitidos buscando virtualmente, para saber se realmente o italiano não se naturalizou brasileiro, para avaliar se realmente é possível obter o reconhecimento da cidadania, porém explico mais detalhadamente num outro post.

O desafio principal, geralmente, é a dificuldade em encontrar essas certidões.
Para os nossos e dos nossos pais talvez esteja mais fácil, mas para os dos avós e bisavós pode ser mais difícil. Acontecem casos de não acharem nem a certidão comum para saber onde foi registrada a certidão (pois é lá que devemos emitir a via em inteiro teor diretamente). Mas acontece principalmente de não se saber de onde exatamente o italiano veio. Ou seja, o maior dos desafios é conseguir as certidões que estão na Itália.
Mas os problemas não param por aí. Muitas certidões tem incoerências de datas e nomes. Coloco o meu exemplo para que entendam.

Meu antenato (o italiano) se chamava Stefano. No seu documento italiano estava Stefano. PORÉMMM... ele chegou criança no Brasil e por distinção das vontades entre os nomes que queriam para ele, passaram a chama-lo de Adócio. Isso, não tem NADA A VER. O que acontece é que em todos os documentos brasileiros dele e dos seus descendentes estava Adócio também. Nos documentos do meu avô, da minha mãe... foi onde bateu desespero. Como eu provaria que o Adócio era o Stefano?
Foi onde comecei conversar com os parentes e surgiu uma luz. Existiam primos da minha mãe que já tinham passado pelo processo de reconhecimento da cidadania que comprovaram judicialmente que os dois eram a mesma pessoa, e então retificaram os documentos deles.

Quando a diferença no nome é pequena, ex: "Giovani" para "Giovanni", ou até a tradução de "Giovani" que ficaria "João" no Brasil, a retificação pode ser aceita (ou não) direto no cartório que vai emitir as certidões - é mais fácil. A diferença no meu caso era gigante, por isso a preocupação. Mas com esse caso já tendo sido resolvido anteriormente, foi preciso apenas de um documento que mostrasse esse processo de correção detalhado para que eu pudesse corrigir todas as minhas certidões também. Todos os cartórios aceitaram e consegui todos eles retificados, graças a Deus.

Quanto aos documentos italianos, geralmente a certidão de nascimento do antenato é só buscando a história da família mesmo. Conversando com os familiares, pesquisando na internet o possível navio em que veio para o Brasil para obter mais informações. Esse foi outro ponto que tive nas mãos, graças a Deus. Minha família é muito grande, e um tempo antes de tudo isso começar a acontecer, um primo da minha mãe tinha iniciado uma árvore genealógica e enviado para a gente completar com os familiares mais próximos. Mas com ela, ele também enviou um tipo de e-book contando a história completa da minha família. Com nome de muita gente, dos lugares de onde vieram, com quem casaram, onde no Brasil estão, entre tantas outras coisas. Inclusive foi nele que descobri que “Adócio” era o “Stefano”, de onde ele veio, e por isso consegui entrar em contato com a cidade onde ele foi registrado para que me enviassem a certidão (detalho melhor esse processo no próximo post).

Resumindo: não é fácil, precisa de muita paciência e dedicação. Porééém... a vantagens são inúmeras, como já foi visto. Mas nem só nessa parte... é interessante demais conhecer história por trás da sua origem.

Enfim...
Eu comecei a leitura desse e-book e os pedidos dos documentos enquanto eu ainda estava no Brasil, mas não deu tempo de terminar. Teria que conseguir os últimos, traduzir e apostilar ainda. Por isso, fiz um passo a passo simplificado para que meus pais continuassem por mim, até que estivesse tudo pronto para eles me encaminharem e eu verificar se seria possível ir a Itália para o processo. E assim foi. Terminou meu período de visto na Irlanda, parti para Itália para o reconhecimento da minha cidadania. Fiquei lá três meses (conto em breve os detalhes), e com tudo certo voltei para Irlanda com livre acesso, sem precisar de 3mil euros para visto, sem precisar comprovar passagem de saída do país, sem precisar comprovar seguro saúde... nada. Simplesmente passei meu passaporte na máquina para ser reconhecido automaticamente e entrei no país. Trabalhei à vontade sem precisar estudar até voltar para o Brasil por escolha minha.
Tenho total liberdade para voltar quando quiser, sem as mesmas burocracias de como fui pela primeira vez.

Descrevi aqui tudo muito resumido. Foram muitos imprevistos, frustrações, espera, gasto extra, enfim... muita coisa para abordar a seguir com mais detalhes.
Então fique de olho que logo tem mais.

**OBS: Escrevi baseado no meu processo de reconhecimento diretamente na Itália. Porém ele pode ser feito via Consulado no Brasil e tende a ser mais barato por não contar com a viagem, mas a espera é longa. Na Itália o processo gira em torno de 3 meses/ 6 meses/ máximo 1 ano nos casos mais difíceis que já soube. No Brasil existe uma fila de espera para cada consulado (cada estado). Para dar uma ideia, em São Paulo essa fila de espera chega a 12 anos. Pesquisa recente mostrou que nesse ano de 2018 estão sendo chamadas pessoas que deram entrada na fila em 2006.


Para finalizar deixo alguns registros de alguns dos maravilhosos lugares por onde pude passar no país. Porque não é só de preocupação que se faz um reconhecimento de cidadania direto na Itália, né?!





Obrigada por ler até aqui!!

Qualquer dúvida, deixe nos comentários que estarei acompanhando.



Xoxo,

Fique de olho! 😄





sábado, 18 de agosto de 2018

Irlanda - compra dos euros

Olá!!

Vamos à compra dos euros? 😀




Ainda sobre o intercâmbio, inicio resumindo o que já foi falado nos posts anteriores sobre os 3mil euros necessários como comprovação de renda para viver na Irlanda para os seis meses de curso (se for entre 3 e 6 meses calcular 500 euros por mês).
A situação é a seguinte:
Para o stamp 2 (visto de 8 meses como estudante com permissão para trabalho), devemos ir até o prédio da imigração para tirar o GNIB (Garda National Immigration Bureau), um tipo de cartão que comprova o seu visto.
A relação de documentos para isso já foi passada no post “Irlanda – o início”.

Mas para agora, como eu falei no último post sobre o planejamento para embarcar, a compra dos euros é um dos passos mais importantes a serem compreendidos.

A compra dos euros deve ser feita através das casas de câmbio ou agências bancárias. Os valores de conversão podem ser bem diferentes entre elas, então vale uma boa pesquisa.
Essa pesquisa inclui o local da compra e QUANDO comprar. Sim, devemos ficar de olho a cada segundo na cotação do euro, porque se ele der uma desvalorizada é hora de comprar pelo menos uma parte. O ideal é comprar de pouco em pouco, justamente por causa dessa variação. Se você comprar pelo menos umas duas vezes em momentos de cotações mais baixas, vai compensar mais do que ter comprado todo o valor num momento que estava lá em cima; e pior, você ver isso depois.

Além de onde e quando comprar, a dúvida cruel: como levar? No dinheiro ou no cartão?

Já vimos que, para o visto, atualmente aceitam o extrato de uma conta bancária do Brasil que contenha em reais o equivalente ao valor necessário em euros. Isso exclui a necessidade inicial de abrir uma conta bancária irlandesa. Porém para os gastos lá fora, utilizar apenas cartão de uma conta bancária brasileira tem suas desvantagens. Cada transação você paga 6,38% de IOF e, para cartão de crédito, do momento da compra até o pagamento da fatura, se o real desvalorizar, ainda paga-se mais do que o valor imaginado no momento da compra, pois o que vale é a cotação no dia do pagamento. Se o real valoriza é vantagem, mas acaba ficando a mercê disso.

Tem outra opção de cartão que exclui essa desvantagem da variação de valor entre o ato da compra e o pagamento da fatura, mas ainda paga o IOF de 6,38%. São os chamados “travel money card”, os cartões pré-pagos. Para eles, a compra dos euros é feita nas casas de câmbio, onde você transfere o valor em real equivalente a quantidade de euros que necessita + o IOF, e seu cartão é carregado com os euricos prontos para serem utilizados sem a variação de câmbio, com foi dito anteriormente. Muitos consideram essa opção também pela segurança que um cartão possui.

Chegamos agora na opção em cash. Isso, dinheiro em espécie. Foi a minha escolhida no final e eu explico o porquê. Para a compra do euro em espécie, o IOF é de apenas 1,1%. Considerando o valor alto a ser comprado, faz muita diferença. Tem o contra da segurança, que foi o mais considerado quando estava em dúvida. Porém fiz o que muita gente faz: usei doleira. Sim, com 4mil euros bem fechados e grudados no corpo sob algumas camadas de roupa, dificilmente alguém pegaria. Chegando na Irlanda, tirava para tomar banho já dentro do banheiro e lá mesmo colocava de volta; dormia com ela, acordava com ela. Não me arrependo. Nem incomodou rsrs
Na imigração do aeroporto, pediram para eu mostrar o dinheiro. Eu ergui um pouco a blusa, abri a doleira e só de mostrar as pontinhas das notas já deram ok para eu passar. De resto, só manter com você em todos os momentos, até encontrar o destino final dele.
Sobre o destino dele, também falei brevemente no post “Irlanda-o início”, sobre as opções de comprovação do dinheiro. Para levar no prédio da imigração para retirada do GNIB, não podemos levar o dinheiro em espécie. Tem que ser o extrato bancário (irlandês ou brasileiro), ou o “post Money order”, que foi o escolhido também.

Abrir uma conta bancária irlandesa tem sido cada vez mais difícil devido aos estudantes que voltam para seus países e deixam suas contas inoperantes. Então a tentativa seria demorada, além de que para pegar o extrato da conta, ela tem que chegar pelos correios (sim, pelos correios). Portanto seria grande o risco de perder o dia marcado para ir a imigração.

Então optei pelo post Money order, que nada mais é do que cheques nominais pelos quais são “trocados” o dinheiro no Post office (correios). Cada cheque tem o limite de valor de 650euros, e para troca de cada um paga-se 3,70euros. Ou seja, para a troca dos 3mil que deveriam ser levados a imigração, troca-se o dinheiro em espécie por 5 cheques nominais com valor de 600euros cada, pagando 18,50 euros. Assim, fica-se mais tranquilo do que andar com as várias notas, uma vez que recebe o cheque nominal e seus respectivos comprovantes para guardar de forma segura, e separadamente.
Na imigração é só apresentar os cheques e fica tudo certo. Na minha época era uma novidade no país; teve uma dificuldade de entendimento quando eu os apresentei, mas no final o senhor entendeu do que se tratava. Ufa! Hahah

Ainda sobre conta bancária - para utilização no dia a dia europeu -, com a dificuldade em abrir conta em bancos físicos, hoje tem muita gente optando pelas contas online, onde você faz o cadastro e o atendente faz uma vídeo-chamada para comprovação de identidade e ver todos os documentos necessários. Uma boa opção também.

É isso.
Qualquer dúvida, deixe nos comentários, que no que puder ajudar estarei a disposição :D


Xoxo,

Fique de olho!

sábado, 28 de julho de 2018

Irlanda - o planejamento


Olá!!

Vamos a continuação do último post... 




Eu havia dito o porquê da escolha pela Irlanda, quais as vantagens e expliquei um pouquinho de cada coisa.
Agora volto um pouquinho atrás para falar sobre a preparação.
Depois que escolhi a Irlanda parti para outras escolhas: qual a cidade, qual a data, qual a agência, qual a escola, comprar as passagens, e organizar a documentação.
Para escolher a cidade considerei a acessibilidade, a oferta de empregos, as escolas de inglês que possuíam, mas principalmente as pessoas. Quando falo sobre pessoas me refiro aquelas cidades do interior que possuem muitos nativos e pouquíssimos imigrantes, que permitem uma maior imersão na cultura e menor possibilidade de contato com brasileiros hahaha É engraçado, mas é verdade. Se vamos para fora com o objetivo de mergulhar no inglês, mas mantivermos contato frequente com brasileiros, as chances de ficar falando em português aumentam significativamente, e esse não é o objetivo. Porém, para mim, que já possuía alguns contatos na capital e ainda estava insegura - por ser a primeira vez fora do Brasil – não queria ficar muito “isolada”, e acabei escolhendo a cidade grande mesmo, pois também tem suas vantagens: mais trabalhos (porém maior concorrência), mais opções de escolas, maior contato com outras culturas, maior acessibilidade e opções comerciais.

Então, escolhi Dublin.

Para a escolha da data queria o mais cedo possível hahaha Mas adaptei as possibilidades financeiras, uma vez que certas coisas resolvidas com antecedência dão vantagens como desconto, possibilidade de parcelamento, além de acompanhar melhor a cotação do euro.
Quando decidi o intercâmbio eu estava matriculada no começo do 4º ano de arquitetura e urbanismo, mas a universidade estava em greve. Eu tinha que decidir uma data antecipadamente para começar fechar, e decidi por outubro (em 2016). Porém foi chegando mais perto de ir e pelos meus cálculos, ainda que as aulas voltassem não daria mais tempo de fechar o semestre. Foi quando eu tranquei a matrícula, e então fiquei mais tranquila e a vontade para meus planejamentos.

Para escolher uma agência foi muita, muuuita pesquisa na internet mesmo. Sites de viagens onde nos cadastramos para o parceiros enviarem suas propostas, pesquisas diretas no google, e para cada agência que ia conhecendo, além de pedir um orçamento para o período de intercâmbio previsto, verificava se possuíam suporte também em Dublin, e ia vasculhando seus sites e suas páginas em redes sociais procurando feedback de clientes.
Quando disponibilizamos o contato com as agencias nossa caixa de entrada de email bomba. E DEPOIS das pesquisas dos feedbacks e escolha das que mais parecem agradar as expectativas é hora de começar enviar as dúvidas, negociar, enfim... estabelecer um diálogo mais detalhado para sentir quem se põe mais a disposição, se dedica  e tem empatia pelo seu sonho que está apenas começando. É difícil explicar, mas a gente entende na hora. No final eu escolhi uma agência que nem da minha cidade era. O contato e fechamento do contrato foi todo online e por telefone. Isso graças a excelente consultora, que me ligou e ficou um bom tempo me explicando e respondendo exatamente todas as minhas dúvidas. Depois se colocou a disposição para várias videoconferências juntamente aos pais, os quais com certeza tinham mais dúvidas ainda.
Enfim, conquistou a confiança de alguém muito desconfiada. (no caso, eu hahah)

Ao mesmo tempo que escolhia a agência ia pesquisando mais informações sobre as escolas que elas iam me passando. Procurava também pelos seus sites e redes sociais, verificando sobre a estrutura, os serviços, feedback, localização, mas principalmente se estavam na “Interim List of Eligible Programmes” (ILEP), que é uma lista de escolas aprovadas a receberem estudantes  internacionais disponibilizando suas cartas de matrículas que deverão ser aceitas pela imigração.

Para serem aprovadas e entrarem na lista as escolas precisam atender a alguns critérios:

1 – não podem ter mais de 15 alunos por classe;
2 – devem comprovar a qualificação de seus professores;
3 – e devem se adequar ao novo critério de proteção (Learner Protection), que assegura que o aluno não ficará na mão em caso de alguma adversidade.

Assim fiz minha escolha, e hoje não tenho do que reclamar.


Decididas as data, agência, e escola, foi hora de fechar o contrato e pesquisar a passagem. A consultora passou a relação de documentos que era preciso enviar, depois o contrato para assinar e reenviar, e o boleto.
Feito isso, comecei a cotação para as passagens. A agência também trabalhava com passagens, portanto fiz a cotação com eles, mas resolvi pesquisar por fora também. O que nem todo mundo sabe é que existe a passagem de estudante pela qual, com a confirmação do período de estudos, se pode pagar bem mais barato e ficar sem taxas de remarcação, se necessário. As agências trabalham com essa categoria, por isso podem já conseguir um bom preço em comparação ao que aparece nos sites. Porém o valor TALVEZ fique ainda melhor se a compra for feita por telefone diretamente com a companhia aérea. Foi isso que eu fiz. Não são todas as companhias que trabalham dessa maneira; algumas só disponibilizam essa categoria em parceria com agências mesmo. Porém quando encontrei as que fariam a venda por telefone, foi apenas questão de comparar. E então fechei assim.

Fiz a ligação perguntando se faziam a venda de passagem de estudante pelo telefone, me confirmaram e perguntaram a data, falei o dia e me passaram a cotação para aquele dia. Se por acaso poucos dias antes ou depois tivessem cotações mais baratas, eles mesmos já me alertavam. Mudei de data algumas vezes por conta disso. Eu fazia a reserva dos vôos e em até 48h tinha que enviar por email o comprovante do meu curso, ou seja, a carta da escola. Foi quando fiquei no pé da agência. Eu tinha um bom preço para as passagens, fiz a reserva, mas para fechar a compra, a companhia precisaria aprovar o meu comprovante. Isso levava um tempo, porque o pagamento tinha que ser confirmado pela agência, passado para escola para retornar com a carta para a agência, e então eles me mandarem. Nesse tempo acabei perdendo umas duas reservas, mas no final deu tudo certo.

OBS: Eu ainda tinha dúvida se ficaria apenas os 8 meses do primeiro visto, ou renovaria por mais 8. Porém, mesmo sem saber data exata que vamos voltar DEVEMOS comprar passagens de retorno, pois qualquer país que não seja seu vai querer saber que você vai embora hahaha Brincadeiras a parte, é uma das coisas que além de pedirem quando vamos embarcar ainda aqui no Brasil, a imigração da Irlanda pode pedir para ver ainda no aeroporto para permitir a entrada no país. Sem uma data de retorno legal, existirão problemas.
Como as minhas passagens eram de estudante, não existiria taxa de remarcação dentro de um ano a contar depois do dia da partida, ou seja, poderia remarcar minha passagem de volta pagando apenas a diferença de preço da nova passagem. Mais para frente contarei como isso foi essencial.

Com mais essa etapa finalizada, faltava preparar toda a documentação que precisaria mostrar na imigração do aeroporto, e os tais dos 3mil euros citados no post anterior.

A maioria dos documentos ficou na responsabilidade da agência me enviar para imprimir e levar comigo.
A relação dos documentos necessários é:

- A carta da escola (que me mandaram antecipadamente por conta da passagem que comprei);
- a carta da acomodação fechada no pacote (havia escolhido uma semana em residência estudantil – falei sobre no post anterior);
- o comprovante do seguro saúde com cobertura de 30mil euros (necessário para viagens dentro do território europeu em geral – apesar de ter também no pacote o obrigatório seguro governamental da Irlanda, pensei nas viagens, né?! :D);
- e o comprovante das passagens (para mostrar o retorno) – que ficou por minha conta mesmo.
Porém a agência me enviou mais:
- Uma carta para a imigração (em inglês) confirmando o registro da agência e o meu pagamento pelo curso, explicando o que eu estava indo fazer no país e deixando contato caso fosse necessário. Isso para me dar a segurança caso a minha comunicação ficasse difícil, afinal se meu inglês fosse tão bom não precisaria estar embarcando. Eu amei aquilo hahaha;
- e um documento com checklist para eu mesma confirmar se estava com tudo em ordem, e todos os contatos do suporte deles tanto no Brasil quanto em Dublin.

O único “detalhe” que falta explicar agora é sobre a compra dos euros. Mas como é um assunto mais longo, deixarei para o próximo post.
A única coisa que posso adiantar é que as pesquisas sobre a melhor compra possível foi feita simultaneamente a toda a organização explicada acima, pois é bom evitar comprar todo o euro de uma vez. As cotações alteram a cada segundo.

Xoxo,

Fique de olho!

terça-feira, 24 de julho de 2018

Irlanda - o início


Olá!!
Sejam bem vindos ao primeiro post de conteúdo do blog.
Gostaria de agradecer primeiramente ao interesse em “ouvir” o que tenho a falar. Espero atender as possíveis expectativas e cada vez poder agregar melhores conteúdos para todos.
Como principal assunto que motivou a criação do blog, gostaria de começar contando um pouco da experiência que tive fora do Brasil. Como começou, como foi a preparação (inclusive as burocracias), e um breve resumo das informações úteis.

Em 2013 eu cursava arquitetura e urbanismo, e iniciei também o curso de inglês – daqueles em escola física uma vez por semana. Foi essencial para quem tinha zero da língua. Cursei por três anos e estava vendo grandes avanços na compreensão e na elaboração da comunicação. Mas o “falar” ainda sentia travado... sabia que precisaria puxar para fazer sair “na marra”, pois era nesse quesito que eu ainda deixava a desejar nos estudos individuais.
A vontade de ir para fora sempre foi gigante. Mas antes de começar estudar inglês eu não focava em países de língua inglesa. Havia me envolvido bastante com tentativas de intercâmbio pelo curso da universidade na Espanha. Mas não deu certo por alguns frustrantes (na época) erros. Hoje agradeço! #thankGod

No final de 2015 hospedei em minha casa uma moça que havia passado um bom tempo na Irlanda. Como já estava estudando inglês havia um tempo, o assunto chegou em boa hora. Enchi-a de perguntas. Nunca havia pensado na Irlanda. Onde era? Como era? Não sabia de nada.
Esse foi o gatilho. Ela foi embora e continuei minhas pesquisas sobre o país, sobre o intercâmbio lá, o custo de vida, as burocracias, entre outros.  Descobri então que, na época, juntamente a Austrália e Nova Zelândia era um dos países mais acessíveis para estudantes, pois também teria permissão de trabalho caso fechasse um curso com duração maior que 25 semanas(6 meses de curso), o que ajudaria consideravelmente com os gastos. Como meu sonho era Europa, foquei na Irlanda.

No Brasil então passei por toda etapa de organização, tranquei a faculdade, e no dia 3 de outubro de 2016 fui, muito bem acompanhada, realizar meu sonho. Mal sabia quantas coisas estariam por vir.


Vamos as informações básicas sobre intercâmbio na Irlanda...

Um curso de línguas na Irlanda pode ser por períodos variados como em qualquer outro lugar, mas o que atraiu a mim, assim como atrai a milhares de brasileiros, é que se escolhermos um curso de 25 semanas temos acesso ao visto Stamp 2, que nos permite além de estudar, trabalhar até 20 horas semanais durante as aulas e até 40h durante o período de férias. Esse período de férias é incluído no seu período de visto, que tem um total de 8 meses (6 meses de curso + 2 meses de férias).
Se escolhermos um curso com menos de 25 semanas, podemos entrar no país como estudantes, mas permaneceremos como qualquer outro turista, com várias limitações. Ou seja, teremos que ter desde o início todo o dinheiro de permanência no país.
A acomodação, por exemplo, temos que ter definido onde será, pois os agentes de imigração podem pedir ali mesmo, antes de sair do aeroporto. Mas o principal são os gastos que a envolvem. Quando compramos um pacote de curso menor de 25 semanas, geralmente a acomodação estudantil ou em casa de família é inclusa por conta dessa necessidade de já estar definida. Então, na escolha do pacote já é praticamente definido a maior parte dos gastos com o intercâmbio.
Quando vamos cursar 25 semanas, adicionamos no pacote apenas as primeiras semanas de acomodação, pois o comum é encontrarmos outros estudantes lá para dividirmos uma residência. Isso acontece porque as residências estudantis e casas de família são mais caras do que encontrar um local para alugar junto com outras pessoas, ou uma vaga em quarto onde já é dividido (o mais comum).
E é aí que entra a diferença da possibilidade de trabalhar. Uma vez que só arcamos com as primeiras semanas para chegarmos e nos estabelecermos, começamos a procurar emprego para então pagar pelo resto que estará por vir. SERIA perfeito SE não considerássemos que conseguir um emprego PODE não ser tão rápido. Eu mesma demorei 2 meses para conseguir o meu. Mas existe gente que consegue mais rápido sim. Depende de diversos fatores que vou falar em um dos próximos posts.

Aí me perguntam, então posso separar APENAS o dinheiro da passagem e das primeiras semanas de acomodação que já ficam certas? Não.
Deixe-me explicar...
A Europa nos permite livre circulação sem um visto prévio por 90 dias, mas isso faz com que seja necessário regular a situação de acordo com as nossas necessidades. Para isso cada país tem seus tipos de vistos e burocracias para que possamos ficar legais com todos os direitos e deveres que nos cabem.
No caso da Irlanda para o curso de 25 semanas, somos elegíveis ao “stamp 2”, citado anteriormente, que é o visto de estudo com permissão de trabalho.
Ainda no aeroporto o oficial nos dá um visto temporário (no passaporte mesmo) para que possamos ter tempo para fazer o agendamento online para ir ao prédio da imigração, e para  providenciarmos tudo que é preciso para levarmos até lá para retirar o Stamp 2 oficial (um cartão que chamamos GNIB).

Os documentos necessários para isso são:
- carta da escola (com carga mínima de 15h aula/semana) comprovando a matrícula;
- seguro governamental;
- comprovante de pagamento do curso;
- comprovante de endereço (ainda que provisório);
- *valor de 3000 euros comprovado em extrato de uma conta em banco irlandês, ou extrato do valor equivalente em reais de um banco brasileiro, ou o chamado “Post Money order”/ “bank draft” (cheques nominais pelos quais são “trocados” o dinheiro nos correios);
- e o valor de 300 euros para pagar pelo visto.

*Sobre os 3000 euros pode-se pensar que então não existe de fato o que disse sobre já ter que ter preparado o dinheiro de todo o intercâmbio? Sim e não. Quando comprovamos esse dinheiro e deixamos ele lá guardado estamos seguros para caso não conseguirmos um emprego para arcar com as despesas. Isso é realmente a intenção do governo, afinal, que país quer imigrante chegando no país sem condições de sobrevivência?
Por outro lado, se conseguirmos emprego, os 3000 euros (ou pelo menos parte dele), poderá continuar como reserva, ser devolvido de onde ou de quem ele foi “tirado” ou gastar como bem entender, pois terá seu salário para arcar com as despesas.

Quero deixar CLARO que essa situação de “reserva dos 3mil euros” depende de muitos fatores como estilo de vida, tempo para conseguir emprego, entre outros. Então não é fácil. Mas para mim acabou sendo mais vantajoso pensar assim comparando aos gastos de um curso de menor período tendo que gastar praticamente a mesma coisa, sem uma POSSIBILIDADE de “cobrir” esses gastos com o trabalho que me seria permitido a partir do Stamp 2.

Não posso encerrar sem outro ponto MUITO IMPORTANTE . É NECESSÁRIO levar mais do que esse 3000 euros para o primeiro mês, afinal – além dos 300 euros para pagar o visto, que não pode estar incluso nos 3mil - esse é o tempo que temos para oficializar nosso stamp 2, e os 3mil precisam estar intactos até o dia dessa comprovação, só que os gastos com acomodação, transporte e alimentação estarão correndo. Eu mesma levei 4000, e foi o ideal na época. Para uma maior segurança seria melhor até mais, pois acomodação é o que há de mais caro.

Todas essas informações foram obtidas anteriormente, e confirmadas pelo consultor da agência de viagem pela qual fechei meu pacote com todo suporte necessário para uma primeira experiência fora. Recomendo demais isso!

No próximo post detalharei um pouco mais sobre como aconteceu comigo cada um desses detalhes, mais sobre o custo de vida, e uma média que pode ser calculada para essa segurança enquanto o emprego não chega.
Planejamento é tudo!

Agora deixo um pouco o gostinho do que é a ILHA ESMERALDA 💚



Espero que tenham sido úteis as informações. Qualquer dúvida, escreva nos comentários que vou respondendo ou organizando os próximos posts.

Xoxo,

Fique de olho!


segunda-feira, 16 de julho de 2018

Apresentação do blog


Olá, Sejam bem-vindos(as) ao BELi:VE!! 😍



Começo com uma frase que inicia a explicação do nome do blog:

"Meta a gente busca.
Caminho a gente acha.
Desafio a gente enfrenta.
Vida a gente inventa"
(autor desconhecido)
ACREDITE. VIVA!

Essas últimas palavras são a base. Believe é ACREDITE, Live! é VIVA!, em inglês. Também em inglês, a junção de algumas letras formam alguns sons padrões que possuem seus símbolos. Nesse caso, o “i:” se refere ao som obtido no uso do  “ie” em Believe. Assim, o nome do blog fica visualmente correto tanto para a primeira quanto para a segunda palavra.
Gostaram?
Agora parto para sua reflexão: “acreditar e viver”.
Pretendo compartilhar alguns sonhos e planos já feitos, que deram certo ou não, e seus caminhos até o momento atual, e também os atuais que contam com muita pesquisa que podem ajudar outras pessoas que possam estar seguindo algo parecido.
O objetivo é facilitar algumas trocas de informações e experiências. 
A ideia surgiu depois de ser muito questionada durante e depois de um intercâmbio, sobre como as coisas funcionam em diversos aspectos.
Mas esse não será o único assunto abordado.
Como antiga estudante de arquitetura, ficava fascinada em cada cantinho conhecido durante viagens; e tentar passar um pouquinho de cada lugar visitado e dessa visão e amor pelas artes também é um dos objetivos.

Já como atual estudante de estética e cosmética no Brasil - mas ainda com desejo de voltar para Europa e lá atuar -, mostrar como funciona a área aqui (onde ainda precisa muito ser valorizada) e como funciona lá; o que pode ajudar muitos(as) colegas a conhecerem e almejarem voos mais altos, tanto quanto eu. 

Mercado de trabalho, música e o aprendizado dos instrumentos, desenhos, pintura, estudos de línguas, entre outros temas de interesse particular poderão ser outras tags abordadas.

Parece muita coisa, né?! Mas essa sou eu, alguém que se interessa por diversas coisas distintas, mas que me definem tão bem.
Ou me complicam ainda mais rsrs

Com mais uma curiosidade para o caderninho, venho me aventurar no blog.
Fique à vontade para enlouquecer comigo!

Fique de olho!



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